Dados da PNAD Contínua divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE colocam setor com a maior variação positiva entre todas as atividades
O setor de alojamento e alimentação registrou crescimento no número de pessoas ocupadas (empregos formais e informais) no primeiro trimestre deste ano (jan/fev/mar), segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (28).
Os bares e restaurantes (que representam cerca de 85% do segmento alojamento e alimentação, segundo dados da Receita Federal) foram responsáveis pela criação de quase 50 mil novas vagas de emprego, sendo o setor com maior crescimento, de 1% em relação ao trimestre anterior - e um dos únicos três segmentos estudados que tiveram variação positiva, junto com transporte (0,6%) e informação, comunicação e atividades financeiras (0,7%).
Em relação ao mesmo trimestre de 2022, o aumento foi de 1,8% no setor. Na média do país, houve recuo na taxa de pessoas ocupadas na economia, com -1,06% em relação ao trimestre out/nov/dez de 2022.
Apesar das dificuldades enfrentadas em função de fatores como endividamento e inflação, o setor de bares e restaurantes continua empregando e contribuindo para a economia do país. Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, destacou a importância do setor para a retomada econômica.
"O setor de bares e restaurantes é um dos mais importantes, sendo responsável por cerca de 6 milhões de empregos diretos. Mesmo diante das dificuldades enfrentadas durante e depois da pandemia, continua contratando e contribuindo", analisa Solmucci.
"No entanto, não recebe a atenção devida. Temos ainda 30% de estabelecimentos trabalhando com prejuízo, um número muito alto. É preciso atenção com quem está pagando hoje uma conta injusta e desproporcional dos tempos de restrições e fechamentos ", completa Solmucci.
A média salarial do setor de alojamento e alimentação também teve uma alta expressiva em relação ao último trimestre de 2022. O salário médio passou de R$ 1.854 para R$ 1.948, um aumento de 5,1%. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento foi de 9,1%, acima do índice geral de inflação, de 4,65% no período. No entanto, a média salarial no setor ainda está entre as mais baixas, acima somente da agricultura e dos serviços domésticos.